quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Células-tronco são uma das alternativas para tratamento de doenças renais e pulmonares


A glomeruloesclerose segmentar e focal (Gesf) é uma doença renal que dá poucas esperanças aos seus pacientes. O tratamento consiste basicamente de corticoides e imunossupressores, o que nem sempre tem boa uma resposta, já que parte dos doentes desenvolve resistência aos medicamentos e o quadro acaba evoluindo para insuficiência renal crônica. Com indicação para a hemodiálise, esses pacientes terminam engrossando as filas de transplante.

“Isso sobrecarrega e onera o sistema público de saúde. Logo, contar com uma alternativa que impeça essa evolução e permita que esses pacientes consigam viver como doentes crônicos e com melhor qualidade de vida já é um grande avanço”, fala o médico Marcelo Morales, Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estendeu suas pesquisas sobre a utilização de de células-tronco no tratamento de doenças pulmonares, como a silicose e fibrose cística, para doenças renais, como a Gesf e a nefropatia diabética. Ele acredita que, também nestes casos, em que há lesão renal, as células-tronco sejam uma opção eficiente.

Na silicose pulmonar, provocada pela inalação de poeira de sílica, um processo inflamatório lento e contínuo que vai gradativamente transformando o tecido pulmonar em tecido cicatricial. Como todos sabem, as células-tronco têm poder anti-inflamatório e antifibrótico. Elas liberam moléculas, proteínas e fatores que modulam a resposta inflamatória.

“Na silicose, pudemos perceber que, em animais, o tratamento impede a evolução da doença e ainda que já era possível aplicá-lo com segurança em seres humanos”, disse o médico.

No caso das doenças renais, o pesquisador pôde observar que as células-tronco tem o mesmo papel que nos casos de silicose. O que é um passo para uma técnica que pode melhorar a condição do paciente e as filas de transplante. 

Segundo o pesquisador, mais testes devem ser feitos para que a terapia esteja disponível para o público. Mais testes dependem de financiamento, logística e interesse do poder público para que esses procedimentos. Entretanto os dados já mostram que a aplicação de células-tronco em caso de doenças pulmonares e renais é possível e pode se tornar rotina em um futuro próximo. 

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