quinta-feira, 30 de junho de 2016

Zika mata células-tronco neuronais



Na Universidade de São Paulo, cientistas provaram através de experimentos in vitro, que o
Zika vírus, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya - tem capacidade de infectar e matar células neuronais humanas. Os resultados reforçam a suspeita de que o novo vírus, detectado no Brasil no início de 2015, é responsável pelo aumento repentino no número de casos de microcefalia e outras más-formações congênitas.
Para comprovar, os cientistas infectaram células-tronco neuronais humanas com o vírus da
zika e compararam o desenvolvimento delas com o de células não infectadas. As células foram
cultivadas por métodos especiais, de maneira a formar neuroesferas e organoides cerebrais
(“minicérebros”).
Os testes demonstraram ainda que o zika não só é capaz de infectar as células, mas também
de levá-las à morte. A capacidade das células-tronco que foram infectadas pelo vírus de formar
neuroesferas foi extremamente reduzida; e as poucas neuroesferas que se formavam logo se degradavam num prazo de seis dias. Por outro lado, as neuroesferas de células não infectadas seguiam em frente sem problemas. No caso dos organoides cerebrais, os infectados cresceram 40% menos do que os controles, além de apresentarem anomalias morfológicas.
Os resultados são lógicos com um cenário em que a infecção pelo zika nos estágios mais
iniciais da gestação levaria a um aborto (morte do embrião), enquanto que uma infecção mais
tardia causaria anomalias no desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Não é possível
ainda ter certeza se a mesma letalidade ocorre no cérebro humano, já que efeitos
observados em células in vitro nem sempre se reproduzem da mesma forma no organismo
vivo.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Transplantes de células-tronco mostram fortes sinais de eficácia no tratamento de AVC


 O acidente vascular cerebral, ou derrame cerebral, ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia do local que ficou sem circulação sanguínea adequada. Praticamente toda a recuperação da doença cerebral ocorre nos seis primeiros meses. Nos Estados Unidos, cerca de sete milhões de sobreviventes ao AVC sofrem de alguma consequência da doença que varia de acordo com a sua gravidade.

Um teste clínico finalizado recentemente demonstrou uma grande melhoria no quadro dos pacientes, mesmo naqueles que sofreram o AVC há vários anos. Neste procedimento, realizado pelo neurocirurgião Gary Steinberg, as células-tronco são injetadas diretamente no cérebro dos pacientes. Deve-se destacar que não são injetadas células embrionárias ou fetais, e sim, uma variedade de células adultas, que são células que se transformam em músculo, gordura, osso e tendões.Os pacientes pelos quais haviam sofrido seu primeiro AVC entre seis meses e três anos antes de receber as injeções permaneceram conscientes e com anestesia durante todo o processo que envolveu a perfuração de seu crânio. No dia seguinte, todos acabaram recebendo alta do hospital. Apesar de três quartos deles sofrerem de dores de cabeças– provavelmente devido ao procedimento cirúrgico e as limitações físicas empregadas para garantir a sua precisão - não houve efeitos colaterais às células-tronco.O resultado obtido foi excelente e positivo aos pacientes. A capacidade de mover os membros anteriormente com deficiência ou paralisados, ou para falar, melhorou visivelmente o que acaba trazendo uma grande esperança aos pacientes.