quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Tratamento com células-tronco mostra que é possível reverter o envelhecimento


Um dos maiores sonhos dos seres humanos é impedir o envelhecimento e viver mais e ainda com qualidade de vida e beleza. Sendo assim, não surpreende que um dos campos de pesquisa que mais crescem é a procura de como reverter o envelhecimento. Com isso as candidatas ideais são as células-tronco!


Dois estudos clínicos recentes, envolvendo o uso de células-tronco mesenquimais para acabar com a fragilidade causada pelo envelhecimento, mostraram que a aplicação é segura e eficaz. Os resultados de ambos os estudos foram publicados na revista americana The Journals of Gerontology. Estes são os primeiros tratamentos com célula-tronco especificamente dirigidos para envelhecimento.

O primeiro experimento envolveu 15 pacientes com idade média de 76 anos. Cada um recebeu infusões de células mesenquimais e após seis meses, os pacientes mostraram melhora visível na qualidade de vida e condição física. Esses pacientes respiraram com maior facilidade e caminharam por maiores distâncias do que antes da aplicação.

Já o segundo teste foi com 30 pacientes com idade média de 78 anos, e envolveu dois grupos, um recebeu células-tronco e o outro placebo. Aqueles que receberam uma infusão de células-tronco mostraram melhora pulmonar e habilidade de percorrer maiores distâncias. Além de não notar efeitos colaterais, os pesquisadores consideraram as melhoras como extraordinárias. Neste estudo a principal preocupação foi a segurança da injeção de células mesenquimais. Entretanto, os resultados positivos deixaram os pesquisadores muito animados.

Muitas pesquisas têm sido feitas para descobrir formas de retardar o envelhecimento. Entretanto, nenhuma até agora conseguiu a liberação do Food and Drug Administation (FDA), a agência que regulariza dos medicamentos nos Estados Unidos. O método das células-tronco adultas, porém, está muito perto de conseguir essa liberação.

Se os pesquisadores conseguiram estes resultados com células mesenquimais de doadores adultos, imagine se fossem retiradas do cordão umbilical do próprio paciente? Além de terem uma resposta melhor, por serem do próprio indivíduo, as células mais jovens são muito mais potentes. Por isso sempre lembramos que é melhor guardar suas células-tronco mesenquimais o quanto antes para ter células jovens (paradas no tempo) à sua disposição quando precisar!


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Tratamento com células-tronco para doença da córnea

Ceratocone é uma doença não-inflamatória progressiva do olho na qual mudanças estruturais na córnea a tornam mais fina e modificam sua curvatura normal para um formato mais cônico. A principal consequência do ceratocone é a diminuição da visão. Visão borrada, imagens fantasmas, sensibilidade à luz e presença de halos noturnos são os principais sintomas relatados pelos pacientes. Trata-se da distrofia mais comum da córnea, afetando 1 pessoa em cada 1.500 pessoas. O tratamento consiste em uso de óculos ou lentes de contato especiais. Mas geralmente a visão dos pacientes nunca fica perfeita. Muitos casos de ceratocone progridem ao ponto que a correção visual não pode ser mais atingida, o afinamento da córnea se torna excessivo, ou cicatrizes corneanas resultantes do uso de lentes de contato tornam-se um problema frequente. Nestes casos o transplante de córnea se torna necessário. Sendo que o ceratocone é a causa mais comum de indicação de transplante de córnea.

Um novo estudo mostrou que o transplante de células-tronco adultas derivadas de tecido adiposo diretamente na córnea é seguro e mais, as células sobrevivem e levam à produção de colágeno. Esta forma de terapia celular vai ajudar a remodelar e fortalecer a córnea de pacientes com ceratocone!

"O objetivo da terapia celular é reabilitar a biologia da córnea usando células-tronco autólogas. Neste primeiro estudo buscamos especificamente provar a viabilidade da técnica cirúrgica para implantar as células-tronco e avaliar a segurança do procedimento. Mas também fomos capazes de provar que as células estimulam a produção de colágeno, confirmando o que já provamos em estudos em animais", disse Jorge L. Alió, da Ocular Surgery News.

A terapia celular para regeneração de córnea ganhou muito espaço nos últimos anos. Os testes terapêuticos usaram células-tronco de diferentes tecidos oculares e não-oculares para verificar a sua capacidade de se diferenciar em queratócitos. Entre eles, o tecido adiposo humano demonstrou ser ideal como fonte de células-tronco devido à facilidade de acesso, alta capacidade de recuperação celular e capacidade de suas células-tronco se diferenciarem em múltiplos tipos de células.

"As células-tronco de tecido adiposo se diferenciaram em queratócitos e produzem colágeno. Isso foi comprovado em modelos animais, e nosso estudo foi o primeiro a mostrar isso acontecendo na córnea humana", disse Jorge Alío.

O procedimento é simples e leva apenas cerca de 10 minutos. Não ocorreram complicações e não foram observados efeitos negativos quanto à função da córnea.

Este estudo sugere que as células-tronco de tecido adiposo podem ser implantadas, que o procedimento é seguro e que ainda produzem colágeno nos olhos doentes. É necessário agora de um acompanhamento a longo prazo para ver os benefícios terapêuticos deste novo colágeno e seu impacto na progressão natural da doença. A longo prazo, esses queratócitos devem poder assumir e compensar o defeito criado pelos queratócitos doentios, talvez o até restabelecimento da espessura da córnea.

A mesma terapia poderia potencialmente tratar outras formas de distrofia corneana. Pela primeira vez foi possível demonstrar que a terapia com células-tronco funciona para tratar doenças da córnea. No futuro, ao diagnosticar casos de ceratoconos, será possível oferecer uma terapia minimamente traumática e minimamente invasiva para até mesmo os estágios mais avançados da doença.



terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Terapia celular para dor lombar crônica pode diminuir o uso de opioides

Uma simples injeção de células-tronco pode aliviar a dor nas costas por até três anos e acabar com a epidemia de remédios como os opióides, que agem no sistema nervoso e mataram 33 mil pessoas por overdose nos EUA apenas em 2015.

O tratamento com células-tronco pode finalmente trazer alívio à milhões de pessoas que convivem com a dor lombar crônica. A terapia pode se tornar uma ferramenta crucial no combate à epidemia de opióides que atualmente mata milhares de pessoas nos Estados Unidos.

A overdose de opióides quadruplicaram desde do ano de 1999 nos EUA, os casos os representaram 33 mil mortes em 2015. Muitas dessas mortes são de pacientes portadores de dor lombar crônica que se tornam viciados em drogas como oxicodona, hidrocodona ou metadona para aliviar a dor. É um problema de saúde publica tão comum que afeta cerca de 28 milhões de pessoas nos EUA. A crise é tão grande que recentemente foi pauta de um documentário da HBO.

As células-tronco vem como possível solução para acabar com a dor lombar sem uso de opioides. As células são injetadas entre as vértebras, cada dose contém cerca de 6 milhões de células. Foi verificado que elas reduzem a inflamação e secretam fatores que ajudam a reconstruir o tecido danificado. Em experimentos em ovelhas, essas células reconstruíram completamente os discos vertebrais danificados.

"Em 100 pacientes, foi observada melhora substancial na função e alívio da dor, efeito que durou dois anos ou mais. Se os resultados se repetirem nos testes maiores que estamos fazendo, podemos esperar que as pessoas se afastem dos opióides", disse Silviu Itescu da empresa Mesoblast em Melbourne, na Austrália.

As células estão sendo testadas especificamente para tratar a doença degenerativa do disco que representa cerca de 22% dos casos de dor lombar crônica nas costas. Os discos entre nossas vértebras atuam como amortecedores, mas podem secar por desgaste ou envelhecimento. Isso faz com que eles se encolham, reduzindo seu poder de amortecimento e potencialmente pinçando nervos. A lesão no disco também pode desencadear inflamação, o que agrava ainda mais a condição.

Uma injeção das células foi suficiente para ajudar metade daqueles tratados a não sofrer dor nas costas durante dois anos. Alguns participantes já ficaram isentos de dor por três anos.